Título: Os Robôs e o Futuro do Emprego
Título em inglês: Rise of the Robots
Autor: Martin Ford
Editora: Best Business
Ano: : 2019 (original em 2015)
Quando Rise of the Robots surgiu em 2015 muitos tomaram-no como mais um livro futurista exagerado e, embora ele tenha atingido enorme sucesso, é justo dizer que não recebeu a atenção merecida em diversos países, tanto que a tradução no Brasil só chegou em 2019!
Nada poderia ser mais equivocado. Ford certamente estava à frente do seu tempo na interpretação dos fatos e no reconhecimento da enorme importância que a automação traria no mundo do emprego. Daí o subtítulo em inglês: Technology and the threat of a jobless future 1 . Note-se que o autor não faz previsões infundadas. Mostra com números e exemplos o quanto a onda de automação de processos e tarefas cresceu com algoritmos cada vez mais eficientes e sensores cada vez mais baratos (a ponto de serem incorporados em videogames).
1 A tecnologia e o perigo do futuro sem empregos, em tradução livre Na leitura do autor, alguns tipos de empregos e processos são mais suscetíveis à substituição de humanos do que outros. No capítulo 4, ele analisa o impacto em empregos que envolvem tarefas ligadas aos serviços de escritório e tomada de decisão. Os capítulos 5 e 6 são dedicados aos impactos da automação crescente no ensino superior e na indústria da saúde.
O autor mostra o perigo da obsolescência da maioria dos empregos como conhecemos hoje e reforça uma possível mitigação: a criação de uma renda universal básica, que garantiria a todos um mínimo de dignidade em face da concentração de capital na mão de uns poucos que deteriam “as máquinas”.
Em 2015, nem todos os economistas partilhavam a tese de Ford de que, assim como a revolução industrial liberou o trabalho braçal em grande medida, a automação liberaria em grande parte a posição de privilégio do trabalho intelectual. Isso em 2015. Atualmente o número dos que não acreditam nessa tese com certeza foi reduzido. Com o advento da AI, robôs passam em todos os testes de proficiência, planejam tarefas, decidem, etc., em muitas situações melhor que um “humano médio”.
Ford concentra na AI e na possibilidade de máquinas inteligentes em seu penúltimo capítulo, em um prelúdio do que seria sua obra de 2021, Rule of the Robots (ainda sem tradução no Brasil), em que as habilidades de inteligências não humanas já não são mais especulativas. O ChatGPT e seu ecossistema de aplicativos, dentre outras soluções de AI, tornaram a aparição de uma inteligência sobre-humana uma possibilidade real (a Singularidade, no linguajar dos futuristas como Ford). Isso, porém, é tema do próximo texto!
Boa leitura!