Um up nas aulas de contabilidade: o uso das redes sociais no processo de aprendizagem
Um up nas aulas de contabilidade: o uso das redes sociais no processo de aprendizagem
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Um up nas aulas de contabilidade: o uso das redes sociais no processo de aprendizagem

Edição 38
ISSN: 2357/7428
Janeiro, 2022

Autora

Presidente da Academia Tocantinense de Ciências Contábeis – Atoccon

Lidiane dos Santos Silva

“Ensinar com as novas mídias será uma revolução, se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino, que mantêm distantes professores e alunos. Caso contrário, conseguiremos dar um verniz de modernidade, sem mexer no essencial. A Internet é um novo meio de comunicação, ainda incipiente, mas que pode ajudar-nos a rever, a ampliar e a modificar muitas das formas atuais de ensinar e de aprender. (MORAN,2009, p.9).

Com a evolução da tecnologia da informação, existe um avanço nas relações interpessoais, cujos acessos são indiscutivelmente maiores que os das gerações passadas. A diversificação dessas tecnologias da informação e da comunicação propiciou uma informação maior e mais tempestiva, no entanto é importante ser avaliada a qualidade do resultado disso tudo.

Por isso as possibilidades com a rede social são incríveis, e a questão a ser abordada com o profissional da educação é de que modo podemos aprofundar os conhecimentos para os alunos, utilizando as redes sociais e transformando a realidade. As redes sociais acabam sendo representativas de pessoas que acabam unindo ideias e recursos em torno de valores e interesses compartilhados. No entanto a queixa de alguns profissionais da educação é que a internet é repleta de conteúdos “rasos”. Desse modo, existe um caminho a ser trilhado pelo professor, melhorando os conteúdos criticados. Há muito a se fazer. Vamos aos números?

De acordo com um estudo realizado pela agência We Are Social na plataforma de mídia Hootsuite,150 milhões de brasileiros estão nas redes sociais, o que representa 70,3{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694} da população nacional; desta população, 140 milhões de brasileiros acessam por dispositivos móveis, então, a maioria utiliza e acessa pelo celular. A pesquisa mostra também que o brasileiro gasta em média 3 horas e 42 minutos por dia com as redes sociais, e a maioria tem 25 a 34 anos. O segundo grupo etário em maior quantidade tem de 18 a 24 anos.

Na terceira posição, está a população de 35 anos a 44 anos e, em último lugar, encontram-se os idosos a partir de 65 anos. Esses números são importantíssimos, pois nos faz entender que o perfil do internauta brasileiro médio é jovem e passa a maior parte do tempo navegando pelas redes sociais com o celular.

Ainda utilizando a mesma pesquisa, foi possível perceber que a rede social mais acessada entre os brasileiros é o Facebook (130), seguido pelo Youtube (127{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}) e Whatsapp (120 mi). A liderança no cenário global é ocupada pelo Facebook, com 2,27 bilhões de usuários ativos. Dentro desses números, a rede Instagram não está entre as primeiras, no entanto como o engajamento é maior, ela traz possibilidades gigantescas para o uso acadêmico. Diante desses números, entende-se que é oportuno o professor utilizar as redes sociais e produzir conhecimento, pois lá está o público- alvo.

Ensinar com as novas mídias será uma revolução, se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino

As redes sociais podem trazer como resultados sinergias múltiplas, além de facilitar a informação. Com elas, é possível compartilhar documentos, imagens, vídeos e principalmente estabelecer relações, fortalecendo o envolvimento de alunos e professores, criando um ótimo canal de comunicação referente à disciplina e aos conteúdos. Mas o que pode ser feito de diferente com a utilização das redes que possa ser utilizado como estratégia na sala de aula?

É possível obter múltiplos benefícios quando a rede social é utilizada de modo estratégico, pois, com ela, é possível centralizar em um único lugar o aluno, o professor e as atividades de ensino. É possível ainda obter uma maior proximidade com a comunidade acadêmica, melhorar a comunicação, promover a motivação, incentivar o uso das tecnologias da informação e da comunicação. Inicialmente, é importante entender que, para utilizar as redes sociais, deve existir uma quebra de paradigmas e ter um olhar estratégico e de visão sobre o uso e deve existir também uma abertura para aprendizagem nesse novo cenário. A seguir algumas aulas que podem ser propostas nesse ambiente:

1 – Publicação de vídeos e fotos dos trabalhos dos alunos em sala de aula, em que é feito o destaque das habilidades deles. Os estudantes se engajam muito quando são reconhecidos pelo trabalho realizado e quando o professor torna este trabalho visível.

2 – Criação de uma página da disciplina e criação de uma equipe responsável por administrar o perfil da conta.

3 – Compartilhamento de recomendações de leitura, com postagem resenhando o livro, ou compartilhamento de sugestão de podcasts, permitindo um spoiler dos melhores momentos.

4 – Mostre uma experiência científica acontecendo e o passo a passo.

5 – Encontre um tema interessante e siga uma hashtag. Desse modo, os estudantes verificarão as últimas notícias sobre o tema. Você sabia que as redes sociais captam as informações até mesmo antes do Google?

6 – Dê um spoiler do tema da aula pouco tempo antes de chegar na faculdade.

7– Fazer uma live com um convidado, trazendo-o para a sala de aula. Com o uso das redes sociais, é possível trazer um convidado internacional, por meio de uma live no Instagram.

8 – É possível a criação de grupos compartilhando apresentações, apostilas, e-books, vídeos, com o estudante interagindo quando quiser.

9 – Ao usaras redes sociais, é possível começar um debate no virtual e continuar em sala no real.

10 – Deve-se ter dicas, spoilers sobre avaliações, colocando o aluno no foco do conhecimento próximo aos momentos da prova.

Quando o professor entender que as redes sociais podem ser aproveitadas para a aprendizagem, são inúmeras as vantagens possíveis de serem extraídas e uma oportunidade de propiciar conteúdo mais aprofundado e de qualidade para os estudantes. Existem tantas reclamações sobre o uso inapropriado da ferramenta pelos jovens, tantas desvantagens e tantos males causados pelo excesso, que talvez o uso deste ambiente com responsabilidade possa ser uma solução real na minimização destes problemas e na obtenção de resultados na aprendizagem.

Referências Bibliográficas

REVISTA ABRACICON SABER – ISSN: 2357/7428
EDIÇÃO Nª 38 – NOVEMBRO/DEZEMBRO de 2021 /JANEIRO DE 2022

LORENZO, E. M. A Utilização das Redes Sociais na Educação. 4ª ed., Rio de Janeiro, Clube de Autores, 2017.

MARTELETO, R. M.; TOMAÉL, M. I. A
metodologia de Analise de Redes Sociais (ARS). In: VALENTIM, Marta Lígia Pomim (Org.). Métodos qualitativos de pesquisa em Ciência da Informação. São Paulo: Polis, 2005.

MORAN, Manuel José, A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. Editora Papirus, p.89-111).

SOUSA, Paulo de Tarso Costa de. Metodologia de analise de redes sociais. In: MUELLER, S. P. M. (Org.) Métodos para a pesquisa em Ciência da Informação. Brasilis: Thesaurus, 2007

ISSN: 2357/7428