Daniel Coêlho
Daniel Coêlho
Print Friendly and PDF

Daniel Coêlho

Edição 41
ISSN: 2357/7428
Outubro, 2022
5 min

Presidente da Fenacon

Como é assumir uma das mais representativas entidades empresariais do País – a Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon)?
É uma honra e um desafio muito grande estar à frente da Fenacon, que é uma instituição consolidada e reconhecida nacionalmente por desempenhar bem o seu papel de representar setores importantes da economia. É importante dizer que não se trata de uma gestão sozinha, mas essa gestão é parte de uma diretoria, com pessoas empenhadas para realizarem um trabalho pautado na ética e na transparência, visando ao desenvolvimento do ambiente de negócios no país.

A sua gestão tem como palavras-chave valorização, evolução e transformação. Como isso se traduz em ações tomadas desde o início do seu mandato?
Existem algumas frentes de atuação. A primeira é o fortalecimento da Fenacon como um todo, ou seja, aumentando a sua participação junto a setores estratégicos, como a Câmara dos Deputados, o Senado Federal, repartições públicas e entidades empresariais.
A segunda é defender as bandeiras importantes para o desenvolvimento do setor, como a reforma tributária, a defesa sindical, o aprimoramento das legislações trabalhistas e a Lei Geral das Micro e Pequenas empresas, entre outras frentes.
Já o terceiro ponto é trazer benefícios para os associados, o que envolve a realização de cursos, convenções e diversos serviços, como as Missões Empresariais e Certificação Digital.

Quais os principais desafios que a sua atual função na Fenacon revelou durante este período?
Atuando na Fenacon, percebi que o nosso desafio constante é lutarmos em busca da representatividade, e este diagnóstico veio antes de eu assumir a sua presidência, porque tudo depende de nossos parlamentares, nas decisões que são tomadas no Congresso, e nem sempre os caminhos escolhidos politicamente impactam o nosso ambiente de negócio. Por isso, é necessário estar sempre atento nessa luta por melhorias.
Há também o desafio de se reinventar, principalmente nessa era digital em que vivemos. Temos tecnologia para nos ajudar no dia a dia no cumprimento das obrigações acessórias, mas ainda precisamos de muito do nosso conhecimento para ajudar o cliente a crescer. Então, como trazer a tecnologia para extrair o melhor potencial? Como juntar experiência com inovação? São perguntas que buscamos responder.


Como a sua experiência na área de controladoria e finanças vem auxiliando as 63 categorias englobadas, que representam mais de 400 mil empresas na Fenacon?
Desde 2007, eu fui convidado a fazer parte da diretoria do Sescap-Ceará, onde cheguei a assumir a presidência em 2014. Isso, claro, além da minha trajetória pessoal na área contábil. Mas esse momento foi que acendeu o lado social do trabalho, esse trabalho voltado para a representatividade, que vê a importância na tecnologia, no relacionamento político e no conhecimento. E essa experiência que carrego para a minha gestão.


De que modo você enxerga a participação contínua do profissional da contabilidade no desenvolvimento das empresas?
Os profissionais da área contábil têm um conhecimento incrível, eles conseguem enxergar onde ninguém mais vê. Por meio de números e projeções, o profissional da contabilidade ajuda a guiar o empreendedor no seu desafio constante de crescimento da empresa. Dada a sua importância, é uma profissão que nunca deixará de existir, e cujo desafio é se reinventar constantemente para acompanhar e ditar as tendências do mercado.


Como você iniciou sua carreira na área contábil e o que mudou desde o início?
Eu falo que a minha vida sempre caminhou para a área contábil. Eu comecei a trabalhar muito cedo, com 4 anos já tinha meu próprio trabalho e vontade de ganhar dinheiro. Claro, nessa época contando com a ajuda da minha mãe. Mas, com o passar dos anos, percebi essa minha facilidade para a área administrativa e para a gestão do dinheiro. Foi assim que no ano 2000, de forma muito natural, escolhi a profissão de contabilidade e entrei na faculdade. No mesmo ano, já iniciei o primeiro trabalho formal na área.
Em 2003 dei outro passo importante: virei sócio do meu pai, José Wilson, na empresa Giros Contabilidade, que fica em Fortaleza. Fui adquirindo experiência e em 2015 fundei outra empresa, a Cariri Contabilidade, localizada em Juazeiro do Norte. Ao todo, tenho 22 anos dedicados à profissão, algo que me orgulha muito.
Sobre mudanças, a contabilidade, assim como demais setores, vem evoluindo no decorrer dos anos. Hoje, vivemos uma era cada vez mais digital, que afeta consideravelmente sistemas e processos. Há ainda o fator humano, afinal, contabilidade é gestão de pessoas também. Na pandemia, tivemos uma reestruturação da execução de trabalhos, com adesão e regulação do home office, e hoje vivemos uma consequência deste momento, o mercado se adaptando tecnologicamente e na gestão de profissionais.