Fusões e aquisições no setor bancário brasileiro: sinergias e rentabilidade
Fusões e aquisições no setor bancário brasileiro: sinergias e rentabilidade
Por:
Gabrielly Mendes Costa
Juliano Lima Pinheiro
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Fusões e aquisições no setor bancário brasileiro: sinergias e rentabilidade

Edição 41
ISSN: 2357/7428
Outubro, 2022
20 min

Versão Digital da Revista Abracicon Saber da Academia Brasileira de Ciências Contábeis

Ed. 41, ISSN: 2357/7428, Ago, Set, Out/2022, Brasília-DF
Fusões e aquisições no setor bancário brasileiro: sinergias e rentabilidade
Matéria de Capa • Páginas na Versão Impressa: p. 50-64, 20min
Por: Gabrielly Mendes Costa e Juliano Lima Pinheiro

Gabrielly Mendes Costa

Gabrielly Mendes Costa

Mestranda em Controladoria e Contabilidade com ênfase em Controladoria e Finanças na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Especialista em Contabilidade e Controladoria com ênfase em Auditoria pela UFMG e em Gestão de Finanças e Controladoria pela FACUMINAS; Graduada em Ciências Contábeis pela PUC-MINAS.

Juliano Lima Pinheiro

Juliano Lima Pinheiro

Professor Adjunto na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Doutor e Mestre em Mercado de Capitais pela Universidade de Zaragoza, Especialista em Administração Financeira pela Fundação João Pinheiro e MBA Executivo em Finanças pelo Ibmec; Graduado em Administração de Empresas pela FCG/UNA.

RESUMO
O objetivo deste estudo consiste em identificar como a probabilidade de aumento na rentabilidade, por meio de sinergia, podem influenciar a tomada de decisão sobre os processos de F&As empreendidos por instituições bancárias adquirentes, em processos ocorridos entre o primeiro trimestre de 2016 e o segundo trimestre de 2022. Além disso, fez-se uma análise dos bancos, medindo os seus determinantes internos e sua concentração por meio do HHI – Herfindahl-Hirschman Index. Para isso, foram analisados dados contábeis de 18 bancos que sofreram F&A, utilizando o modelo logit binário. Como variáveis independentes para mensurar a sinergias operacionais e rentabilidade foram utilizados ROA, ROE, EVA e Margem Líquida. Além disso, o modelo também contém variáveis de controle como o HHI, para medir a concentração, e determinantes internos do setor bancário: tamanho, capital, níveis de risco, liquidez da carteira e custos operacionais. O modelo logit pooled com cutoff de 0,13 obteve ajuste geral de 69,15{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}, logo, apresentou valor preditivo e a curva ROC com alta concavidade. Entretanto, apenas tamanho e capital estão associados positivamente ao processo de F&A. A liquidez é associada negativamente ao processo de F&A e as variáveis de sinergias operacionais, rentabilidade, risco de crédito, o custo e HHI nas instituições bancárias adquirentes não estão associadas significativamente.

Palavras-chave: Fusões e aquisições; sinergias; rentabilidade; HHI; instituições bancárias.

 

1 INTRODUÇÃO

Fusão e aquisição (F&A) é uma atividade que afeta diretamente a concorrência e pode alterar os arranjos produtivos em um país ou em várias economias, além de ser vista como uma forma de ajuste para garantir sustentabilidade e competitividade diante das barreiras impostas pelo mercado (Franco & Camargos, 2011). Os autores afirmam ainda que o equilíbrio de mercado, acumulação permanente de capital, geração de riqueza, o papel do dinheiro e dos mercados financeiros, aumento da concorrência e inovação tecnológica são características marcantes do sistema capitalista e proporcionam um ambiente propício para F&A corporativas.
As operações de F&As são utilizadas como parte de uma estratégia que visa ampliar o escopo e os negócios das empresas adquirida (Souza et al., 2019). Do ponto de vista econômico e financeiro, a sinergia tem sido uma das principais razões do processo F&A, com a expectativa de que a nova empresa valha mais do que o valor combinado das duas separadas, como resultado da incorporação dos benefícios e ganhos projetados com a união (Franco & Camargos, 2011).
Segundo Camargos e Camargos (2011), o processo de F&A deve ser realizado com cautela, principalmente devido à complexidade da operação e aos riscos envolvidos. Franco e Camargos (2011) afirmam que esse processo é trabalhoso e seu sucesso está relacionado a elevada complexidade operacional e de gestão e exige conhecimento e experiência dos seus condutores para poder minimizar as características difíceis da atividade.
Em relação ao setor bancário, observa-se que o movimento de F&A teve início nos países desenvolvidos e vem apresentando um grande crescimento desde a década de 1990, gerando um processo de consolidação sem precedentes entre as instituições financeiras (Díaz, Azofra & Gutiérrez, 2008). Esse movimento levou a uma redução drástica do número de bancos, dando lugar a grandes instituições financeiras com atuação global (Souza et al., 2019).
Novickytÿ e Pedroja (2014) afirmam que o setor financeiro é um dos setores mais dinâmicos e, por isso, vive continuamente a maioria das mudanças estruturais. As operações de F&A são incentivada com o objetivo de obter mais autoridade no ambiente bancário, buscando benefícios financeiros, a fim de aumentar a gama de serviços prestados, a economia de escala, utilizar os recursos de forma eficiente para gerar aumentando o retorno e o desenvolvimento da atividade (Novickytÿ e Pedroja, 2014). Os autores ainda afirmam que na aquisição um banco menor ou menos eficiente ajuda a diversificar as receitas, criando sinergia operacional.
Hitt et al. (2012) e Dutordoir et al. (2014), por sua vez, estabeleceram que as F&A podem criar pouco ou nenhum valor (sinergia). Um dos principais motivos é o fato de o vendedor pagar a mais pelo banco adquirido ao selecionar objetivos errados e processos de integração ineficientes. A sinergia pode ser alcançada otimizando o desempenho dos bancos fundidos com a obtenção de economia de escala. No entanto, afirma-se que tal objetivo de um banco nem sempre pode ser combinado com o objetivo do mercado ou de instituições distintas para garantir a estabilidade. É por isso que tal consolidação pode causar o efeito contrário, ou seja, reduzir a eficiência e causar um ambiente anticompetitivo (Sood, Ahluwalia 2009).
Sendo assim, com base nos estudos anteriores, não há consenso sobre a sinergia dessas operações e há poucos indícios de características específicas dos bancos envolvidos que afetam esse processo (Souza et al., 2019). Considerando esses aspectos, o presente estudo pretende responder à seguinte questão de pesquisa: Como a probabilidade de aumento na rentabilidade, por meio de sinergia, podem influenciar a tomada de decisão sobre os processos de F&A do setor bancário? Nessa ótica, o objetivo desse estudo consiste em identificar como a probabilidade de aumento na rentabilidade, por meio de sinergia, podem influenciar a tomada de decisão sobre os processos de F&A’s empreendidos por instituições bancárias adquirentes, em processos ocorridos entre o primeiro trimestre de 2016 e o segundo trimestre de 2022. Além disso, fez-se uma análise dos bancos, medindo os seus determinantes internos e sua concentração por meio do HHI – Herfindahl-Hirschman Index.
Esta pesquisa irá investigar as seguintes hipóteses de pesquisas:
H1: a probabilidade de uma empresa realizar F&A está associada positivamente à sinergia operacionais e rentabilidade nas instituições bancárias adquirentes.
H2: a probabilidade de uma empresa realizar F&A está associada positivamente aos determinantes internos nas instituições bancárias adquirentes.
H3: a probabilidade de uma empresa realizar F&A está associada positivamente à HHI nas instituições bancárias adquirentes.
O estudo se justifica por contribuir na identificação de sinergias operacionais estarem associadas ao processo F&A, na perspectiva de aumentar a compreensão do tema e ser relevante para a área acadêmica e empresarial, ainda carente de sustentação teórica e empírica. Dessa maneira, o artigo contribui para preencher essa lacuna de pesquisa, aumentando o corpo de evidências empíricas sobre a atividade em questão, diferenciando-se por olhar na visão do banco adquirente, utilizando a metodologia logit. O tema é relevante para que o mercado conheça a associação dos resultados econômico-financeiros e a estratégia de crescimento nas F&A´s; contribui também por estudar as transações de F&A que foram realizadas no setor bancário nos últimos anos.

 

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 F&A’s: Aspectos Teóricos

Segundo Souza et al. (2019), quando uma empresa decide expandir ou diversificar, existem basicamente dois caminhos possíveis: crescimento interno ou F&A. De acordo com Teplý, Stárová e Černohorský (2010), uma aquisição é definida como uma transação na qual uma empresa licitante adquire o controle acionário de outra empresa (também conhecida como empresa-alvo), mas as duas permanecem entidades juridicamente separadas. Por outro lado, o processo de fusão envolve uma operação em que, uma vez realizada, uma ou ambas as entidades envolvidas deixam de existir legalmente e os acionistas da empresa incorporada obtêm a participação consentida de uma única entidade sucessora (Souza et al., 2019).
De acordo com Ross, Westerfield & Ross (2002), uma aquisição pode ser entendida como uma operação para identificar uma mudança permanente na estrutura societária, podendo ser estruturada como: 1. stock purchase – compra ou venda de algumas ou todas as ações e 2. asset purchase – através da venda de ativos ou passivos do complexo empresarial. Uma fusão é uma operação por meio de uma troca de ações, que pode resultar em união operacional das empresas envolvidas, das quais apenas uma permanece legal, mantendo a identidade jurídica; ou a criação de uma nova, conhecida como consolidação (Ross, Westerfield & Ross, 2002).
Scherer e Ross (1990) e Kloeckner (1994) enfatizam que outras razões podem ser derivadas dessas duas razões: 1. expansão ou internacionalização empresarial: podem ser mais vantajosas estratégica, temporal e financeiramente; 2. expectativas assimétricas: expectativas diferentes para o futuro levam os investidores a atribuir valores diferentes, desencadeando propostas de aquisição; 3. racionalidade limitada nas decisões, pois sob condições de incerteza, nem sempre tomam decisões racionais; 4. utilizar fluxos de caixa excedente, ao invés de distribuí-los na forma de dividendos; 5. motivos fiscais: utilização de créditos (prejuízos passados) em anos subsequentes; 6. oportunidades de investimento: quando o valor de mercado é inferior ao seu valor contábil; 7. busca do poder de monopólio, aumentando a concentração de mercado, reduzindo a competitividade e a concorrência; 8. razões gerenciais: para atender aos interesses de gestores; e 9. razões financeiras, utilizando capacidade de endividamento ocioso e reduzindo custos de capital, advindos da redução dos custos de captação.

2.2 Sinergias Operacional e Rentabilidade em Processo de F&A no Setor Bancário

O setor bancário desempenha um papel importante no funcionamento do sistema econômico, principalmente devido à sua função de intermediário financeiro e a promoção de mecanismos de pagamento dentro da sociedade (Campos, Souza & Matos, 2015). Souza et al. (2019) afirma que o processo de globalização promoveu o desenvolvimento do setor mundialmente, onde as atividades bancárias deixaram de se centrar apenas nas intermediações entre depositantes e mutuários de recursos financeiros, passando também a explorar novos produtos e serviços. Franco e Camargos (2011) discutem que os bancos são considerados um caso especial em questões de concorrência por serem responsáveis pela maior parte da riqueza de muitos indivíduos e por serem mais vulneráveis a riscos sistêmicos, crises de liquidez e corridas bancárias, uma falência bancária tem custos sociais bastante elevados.
De acordo com Modro, Santos (2015) no Brasil, grandes mudanças na atividade bancária ocorreram a partir da década de 1990, mais precisamente a partir de 1994, com a criação do Plano Real. A desregulamentação do setor bancário brasileiro permitiu maior participação de bancos estrangeiros, o desenvolvimento da internacionalização dos bancos brasileiros e a intensificação das F&A no setor. Consequentemente, os bancos brasileiros têm apresentado forte crescimento, aumentando sua relevância no cenário econômico nacional e internacional (Modro; Santos, 2015). A ocorrência frequente de F&A por parte de instituições bancárias tem afetado
a consolidação acelerada do setor, sendo uma resposta à necessidade de os bancos se tornarem maiores, mais diversificados e oferecerem serviços mais abrangentes para competir globalmente (Pires, 2011). Os bancos são incentivados a realizar F&A com outras instituições, bancárias e não bancárias, para aproveitar as economias de escala e diversificar o risco, o que faz existir certa preocupação se tais operações aumentariam a eficiência dos bancos e se tais ganhos de eficiência podem ser devidos ao aumento do tamanho ou tornar os bancos mais rentáveis do que eram antes da integração, além de se melhorar a eficiência, alterando o mix de insumos e produtos para otimizar custos e receitas (Souza et al., 2019).
Souza et al. (2019) explicam que uma motivação “sinérgica” se refere ao valor das firmas juntas, que deve ser maior que a soma de seus valores individuais, trazendo benefícios positivos tanto para compradores quanto para vendedores, pois a empresa-alvo não aceitará ofertas que possam custeá-las, e a empresa compradora só entrará no negócio se perceber que obterá uma vantagem no processo. Diferentes tipos de F&A podem capturar diferentes fontes de sinergia porque refletem diferentes mudanças trazidas por novas decisões operacionais, financeiras e de diversificação de riscos (Seth, 1990).
A rentabilidade é um aspecto fundamental para garantir a sua sustentabilidade e evitar impactos negativos para os credores, depositantes em particular e para a estabilidade do sistema financeiro em geral, refletindo basicamente nas decisões de gestão e qualidade da carteira, no controle das políticas do banco e o seu desempenho financeiro (Batista, 2018).
O processo de F&A, pode ser visto sob a ótica da teoria econômica neoclássica, que afirma que um novo portfólio de ativos será mais produtivo do que a soma de suas partes. Dessa forma, ganhos sinérgicos na F&A tornam o crescimento e desenvolvimento da empresa em um caminho mais curto (Pires, 2011). Diversas teorias têm contribuído para o impacto das F&A e Weston, Siu e Johnson (2001) fornecem discussão sobre esses aspectos, onde a criação de valor utiliza cada vez mais os conceitos de eficiência e sinergia, buscando prever o valor de uma empresa após o anúncio de uma F&A. Baseada nos valores crescentes, os autores sustentam que os anúncios de F&A aumentam o valor de uma empresa, enquanto a teoria baseada nos custos de agência sustenta que o valor tende a diminuir após uma transação. Há também uma hipótese de que F&A não têm efeito sobre o valor da firma, uma vez que qualquer ganho na firma-alvo implica apenas em transferência de riqueza (Weston, Siu & Johnson, 2001). As combinações de recursos especializados das empresas envolvidas, bem como oportunidades e condicionalismos ambientais, fornecem a base para que criem sinergia (Souza et al., 2019).

2.3 Antecedentes Empíricos de F&As

Houston e Ryngaert (1994) tratam especificamente dos ganhos globais (a média ponderada dos ganhos para os adquirentes e os alvos) de uma amostra de fusões bancárias com o objetivo de examinar a percepção do mercado de ativos sobre as operações de F&A no setor bancário americano. Os autores utilizaram 153 anúncios de F&A entre os anos 1985 e 1991 nos EUA, estudando eventos e regressão multivariada (OLS). Os resultados mostram que o mercado respondeu positivamente às fusões nas quais os bancos envolvidos apresentaram uma rentabilidade (ROA) superior à média do setor. Quando um banco com bom desempenho e lucratividade adquire um outro banco com desempenho igual ou superior, o mercado reage positivamente. O ano em que as F&As foram consolidadas influenciou na percepção do mercado, pois, quando a F&A foi realizada em anos de maior estabilidade econômica, as F&As criaram mais valor do que aquelas feitas em anos de instabilidade.
Camargos e Barbosa (2009) tiveram como objetivo avaliar se as F&As de empresas brasileiras resultaram em sinergias operacionais e criaram valor para os acionistas. Além disso, buscou-se identificar a existência de correlação entre três medidas utilizadas de criação de valor, visando justificar o seu uso como proxies alternativas do desempenho empresarial. Assim, realizou-se um estudo descritivo que utilizou os testes Wilcoxon e Rank Test para analisar 72 processos de F&As ocorridos entre o primeiro trimestre de 1996 e o último de 2004. O estudo concluiu que as F&As resultaram nas sinergias e a maximização do valor de mercado, além da riqueza dos acionistas, com correlações significativas entre as variáveis de criação de valor.
Franco e Camargos (2011) buscaram identificar se os processos de F&As empreendidos por instituições financeiras bancárias de capital aberto brasileiras resultaram em sinergias operacionais, aumento da rentabilidade e criaram valor para os acionistas em processos ocorridos entre 1996 e 2007. Com dados secundários do tipo cross-section de 19 processos de F&As empreendidos por 7 instituições, optou-se pela comparação agregada das médias de cada métrica, por meio do teste de Wilcoxon. Os resultados evidenciaram que os bancos conseguiram gerar valor ao acionista, aumentar sua rentabilidade e obter sinergias operacionais, uma vez que todas as variáveis estimadas apresentaram melhora após o evento F&A. Entretanto, o mesmo não pode ser dito em relação aos consumidores, pois o HHI apontou forte tendência de concentração do setor, apesar de que em nenhum dos três aspectos analisados (ativos totais, depósitos bancários e operações de crédito), o mercado bancário esteja operando em uma situação de monopólio, mas, sim, em uma situação de competição monopolística.
Oliveira et al. (2017) teve como objetivo identificar os fatores determinantes para a realização de F&A envolvendo empresas brasileiras adquirentes, listadas na BM&FBOVESPA no período de 2010 a 2015. Foram analisados dados econômicos, contábeis e de mercado de 130 processos de F&As, para uma amostra de 75 empresas, divididas em dois grupos. Foram testadas 10 hipóteses por meio de um Modelo Logit de Efeitos Agrupados (GEE). Os resultados obtidos sinalizam que os fatores determinantes para a realização de F&A foram: criação de valor para o acionista, política de dividendos e/ou recompra de ações, custo de reposição e valor de mercado e tamanho da empresa. Além disso, constatou-se que o tempo é um fator a ser observado quando da ocorrência de operações envolvendo F&A.

 

3. METODOLOGIA

O presente estudo classifica-se como descritivo, com abordagem quantitativa, levantamento documental, além de mensurar, avaliar e coletar dados sobre o fenômeno de interesse e emprego de métodos econométricos para testar as pressuposições e hipóteses do estudo ex post facto (Martins & Teóphilo, 2009). A pesquisa é também do tipo cross-section, por ter um mesmo conjunto de instituições bancárias que tiveram F&As analisadas no período específico de março de 2015 a março de 2022 (dados trimestrais), sendo que nem todas as empresas adquiridas são brasileiras, mas todas as adquirentes são. A escolha do período foi determinada com o objetivo de conseguir uma grande quantidade de dados, que forneçam robustez à pesquisa e concedam embasamento quantitativo ao objetivo e problema da pesquisa. O período de estudo começa após a recessão de 2015, que se caracterizou por um declínio na atividade econômica que se espalha para diferentes setores da economia, decorrente não apenas de uma crise de confiança dos investidores, mas também de divisões políticas. E vai até o último trimestre anterior a esta pesquisa. Os dados foram obtidos pelo software da Refinitiv@ e pelo site do Bacen. Foi realizada a coleta das demonstrações financeiras, posteriormente, o tratamento dos dados. Utilizou-se de uma amostra não probabilística e intencional por acessibilidade, e as ferramentas para tratamento dos dados foram o software Microsoft Excel® e o STATA 13. Os bancos que constituem a amostra estão na Figura 1.

SBI= Serviços bancários e de investimento; SIC= Serviços Industriais e Comerciais; IC= Investimentos Coletivos.

Figura 1. Bancos componentes da amostra do estudo

Fonte: Elaborada pelos autores.

CDI: taxa livre de risco; LL: lucro líquido; PL: patrimônio líquido; RL: receita líquida; VMAO: valor de mercado de ações ordinárias; AT: ativo total; PPE: provisão para perdas de empréstimo.
 
Figura 2. Síntese das variáveis da amostra do estudo
Fonte: Elaborada pelos autores.

 

3.2 Modelos econométricos – Regressão logística

Para identificar-se com as operações de F&A, as empresas criam sinergias e rentabilidade será necessário trabalhar com modelos para variáveis discretas, ou seja, aqueles que utilizam variáveis qualitativas como variável dependente, como o de regressão logística, ou modelo logit binário – técnica estatística utilizada para descrever o comportamento existente entre uma variável dependente binária, ou dicotômica, e variáveis independentes, podendo essas últimas serem métricas ou não (Fávero et al., 2009). Dessa forma, nos anos em que foi identificada a realização de F&A, atribuiu-se o valor 1 (um); em contrapartida, para os demais anos e para as empresas que não realizaram F&A atribuiu-se valor 0 (zero). Trabalhando com o modelo de regressão balanceado, segundo Gujarati (2011), este modelo permite estimar a probabilidade de ocorrência e identificar as variáveis independentes que contribuem para a sua predição, não exigindo a suposição da normalidade das variáveis independentes. Dessa maneira, foi necessário realizar o teste Likelihood-ratio para verificar a aplicação do modelo Pooled Ordinary Least Squares (POLS) como hipótese nula e, por outro lado, a aplicação de painel como hipótese alternativa. Assim, o modelo está representado na Equação 1:

Em que: 

𝑙𝑛(P_(i.t)/(1-P_(i.t) )) = Sendo que 𝑃𝑖,𝑡=1 se as empresas realizaram processo de F&A e, ao contrário, 1−𝑃𝑖,𝑡=0 se as companhias não realizaram processo de F&A.

i = 1, …, N empresas bancárias listadas na figura 1; 

t = 1, …, T períodos anuais de 1/2016 a 2/2022; 

β_0: intercepto do modelo;

ROA: Retorno sobre o Ativo;

ROE: Retorno sobre o patrimônio líquido;

EVA: Valor econômico agregado;

ML: Margem Líquida;

MB: Margem Bruta;

MO: Margem Operacional;

𝑇A: tamanho ativo total;

CA: Capital;

RC: Risco de Crédito;

L: Liquidez;

C: Custos;

HHI: Herfindahl-Hirschman Index;

u_it: Termo de erro que varia com as unidades e com o tempo.

 

Posteriormente, medidas de ajustes e análises são fundamentais para interpretação adequada dos resultados almejados. Analisou a existência de problemas de multicolinearidade, através do uso do Variance Inflation Factor (VIF). Para Hair et al. (2009), valores acima de 10 podem indicar sérios problemas de multicolinearidade. Testou-se também a aderência do modelo com o teste de Hosmer e Lemeshow, que testa a hipótese de que os dados observados são significativamente diferentes dos valores previstos pelo modelo (Fávero et al., 2009). E, por último, a medida de especificidade refere-se ao percentual de acerto, considerando somente as observações que não são evento. No caso da curva Receiver Operating Characteristic (ROC), utilizada para a análise dos modelos, seu gráfico demonstra a variação da sensitividade em função de 1-especificidade, ou seja, o comportamento do trade-off entre a sensitividade e especificidade. O modelo escolhido deve ser aquele que apresenta a maior área abaixo da curva ROC, visto que essa apresenta maior eficiência global de previsão (Fávero & Belfiore, 2017).

 

4. RESULTADOS

Inicialmente foi realizado o teste VIF, concluindo-se que a regressão é sensível aos problemas de multicolinearidade através das variáveis MB, MO e ML. Então analisou-se a matriz de correlação das variáveis e percebeu que apenas a ML tem baixa correlação, optando-se por excluir do modelo as variáveis MB e MO, de forma que as demais variáveis assim apresentaram valores de VIF aceitáveis, podendo-se estimar o modelo com confiança.

Estimado então o modelo, observa-se que o teste LR apresentou a hipótese nula de que todos os coeficientes estimados são conjuntamente iguais a zero obtendo-se Prob > chi2 = 0,0000, rejeitando-se H0 e evidenciando que é passível de ser analisado o modelo. A partir de então, realizou-se a análise do efeito marginal, obtendo uma probabilidade média de ocorrência de F&A de 0,09204211, ou seja, 9,20{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}. Também, mostra que é possível verificar o efeito de uma variação unitária explicativa sobre a probabilidade de ocorrência do evento F&A. Logo, podemos destacar as variáveis explicativas que tiveram significância estatística na análise do efeito marginal são: i. para cada aumento de uma unidade no tamanho, a probabilidade de F&A aumenta em aproximadamente 3,31{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}; ii)  para cada aumento de uma unidade no capital, a probabilidade de F&A aumenta em aproximadamente 35,13{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}; e iii) para cada diminuição de uma unidade no liquidez, a probabilidade de F&A diminui em aproximadamente 31,59 {6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}.

Realizou-se uma inspeção dos dados, e o resultado evidenciou que existem 454 dados que não sofreram processo de F&A e 68 que sofreram, sendo um total de 522 observações (18 empresas em 29 trimestres). Assim, a proporção da amostra equivalente ao processo de F&A é obtida a partir divisão 68/522 = 13{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}.  Conforme Fávero e Belfiori (2017) uma das maneiras de analisar o valor preditivo do modelo é utilizar a tabela de classificação. Os valores acima deste ponto de corte indicam a presença do evento de interesse, e os valores situados abaixo indicam a ausência. Assim seria possível comparar a classificação prevista versus a observada, com a finalidade de se organizar as saídas do modelo e viabilizar a interpretação dos dados. 

A partir dos resultados da matriz de classificação, verificou-se um bom ajustamento geral do modelo, porém não apresentou sensibilidade adequada. Então, foi realizada uma alteração no ponto de corte (cutoff) de 0,5 para 0,13, reduzindo o ajustamento geral do modelo de 87,58{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694} para 69,15{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}. Observou-se aumento da sensibilidade de 0{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694} para 63,33{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}, o que representa que dos 60 dados informados como 1 na base, captou 63,33{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}. Ou seja, das 60 empresas em processo de F&A, 38 foram captadas, acerto de 63,33{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}. Já sobre a especificidade, evidencia uma redução de 100{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694} para 69,98{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}, ou seja, 423 dos dados informados como 0. Ou seja, das 423 empresas sem F&A, 296 foram captadas, o que indica 69,98{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694} de acerto. 
A partir do estabelecimento do ponto de corte e ajuste foi possível construir a curva ROC, no qual quanto maior a área entre a curva e a reta diagonal maior é a capacidade de discriminar os grupos de empresas que sofreram F&A e as que não sofreram F&A. Verifica-se, que a sensibilidade é representada no eixo Y e a especificidade no eixo X. Considerando que se a curva apresentar angulação diferente de 45º, tem um alto valor preditivo, visto que a curva apresenta alta concavidade. O modelo estimado apresentou 73,87{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694} de capacidade preditiva, conforme destacado no Gráfico 2, o que apresenta uma referência de discriminação aceitável.
 
O teste Hosmer-Lemeshou avaliou se há diferenças significativas entre frequências observadas e as amostras observadas, a partir da estratificação dos valores das observações e faixas. Evidenciando que se aceita a hipótese nula do teste, podendo ser considerado bem ajustado e apresentar bom ajuste, assim como também evidenciado a partir da Curva ROC quanto ao poder preditivo. Através do teste Likelihood-ratio, verificou-se que se trata de dados em painel no modelo de pooled, pois se aceitou a hipótese nula, que verificava a aplicação do modelo polled (H0) versus o estimador em painel (Ha). Outra observação analisada, foi o valor do rho, no qual foi diferente de zero, logo pode-se inferir que a variância no painel é importante, e o estimador em painel é diferente do estimador do modelo pooled. Então, a partir da análise dos resultados encontrados no efeito marginal, após a estimação do modelo pooled, temos:
 
De acordo com os resultados do efeito marginal, se rejeita a hipótese H1 investigada, porque a probabilidade de uma empresa realizar F&As não está associada significativamente à sinergia operacionais e rentabilidade. Os resultados das variáveis (ROA, ROE, ML) não corroboram a literatura estudada por Franco e Camargos (2011) e Camargos e Barbosa (2010), que concluíram que as instituições financeiras bancárias que adotaram a estratégia de F&A conseguiram aumentar sua rentabilidade e obtiveram sinergias, uma vez que todas as variáveis estimadas apresentaram melhora após consolidação do evento. Os resultados das variáveis ROA, ROE e EVA também não corroboram o estudo de Viglioni et al. (2018), que encontra significância estatística entre as variáveis de rentabilidade, tendo sinal negativo para as três variáveis. Os resultados para a variável de EVA, também contradizem o estudo de Oliveira et al. (2017). Esses autores afirmam que empresas com maior potencial de criação de valor, provavelmente apresentaram melhor gestão e são mais propensas a realizar F&A. Os resultados contrastam com estudos anteriores, o que pode ser explicado, conforme Batista et al. (2014) concluiu, que nem todos os eventos de F&A afetam a rentabilidade de uma empresa.
Tratando-se das variáveis de determinantes internos, que passaram por processos de F&As, a hipótese H2 é parcialmente aceitável, pois as variáveis de tamanho, capital e liquidez estão associadas significativamente, mais as variáveis de risco de crédito e custo não são significativas. Destaca-se que apenas o tamanho e capital deixam a hipótese parcialmente aceitas, pois só elas são positivamente associadas a probabilidade de uma empresa realizar F&A. A variável de liquidez tem probabilidade negativa de ocorrência. 
Os resultados da variável de tamanho corroboram a literatura estudada de Oliveira et al. (2017) e Viglioni et al. (2018), ou seja, empresas maiores são mais propensas a realizarem F&As. Camargos e Barbosa (2010) explicaram que o aumento dos lucros poderia ser compensado pelo tamanho da empresa, ou seja, aumento do tamanho proporciona sinergias operacionais e gerenciais, sem, entretanto, levar à melhora da rentabilidade das empresas envolvidas. Uma explicação para isso é que o possível aumento na rentabilidade da empresa foi compensado pelo aumento do valor do AT, do PL e das dívidas para financiá-las. O estudo de Nunes (2011) e Athanasoglou et al. (2004) investigaram os determinantes internos, mas com objetivo de medir o desempenho dos bancos, porém analisando que o desempenho gera benefícios, é positivo a F&A. Pode-se dizer que os estudos corroboram com a variável de capital, pois ela também foi significativa positiva, ou seja, um nível elevado de capital é fundamental no processo porque fortalece os bancos. E os estudos não corroboram os resultados para a liquidez para o risco de crédito e custos.
Por fim, analisando a variável de HHI, rejeita-se a hipótese H3, porque a probabilidade de uma empresa realizar F&A não está associada significativamente à concentração de mercado, resultado que corrobora o estudo de Novickytÿ e Pedroja (2014), em que a operação não teve um efeito significativo, e não corrobora Nunes (2011), que teve uma relação com a performance bancária. No entanto, os resultados não são estáveis. Franco e Camargos (2011) investigaram a concentração, de modo complementar, buscando tendência de concentração advinda das frequentes operações de F&A, em que estão em uma situação de competição monopolística, mas pode chegar a um monopólio. Um mercado operando com a presença de monopólio é menos eficiente do que um mercado operando em concorrência perfeita, o que pode deixar a não significância da hipótese ser algo vantajoso na visão da concentração de mercado.
 

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando que F&A é uma estratégia empregada regularmente pelas empresas e dadas as lacunas observadas na literatura, o objetivo deste estudo foi identificar como a probabilidade de aumento na rentabilidade, por meio de sinergia, podem influenciar a tomada de decisão sobre os processos de F&As empreendidos por instituições bancárias adquirentes, em processos ocorridos entre o primeiro trimestre de 2016 e o segundo trimestre de 2022. Além disso, fez-se uma análise dos bancos, medindo os seus determinantes internos e sua concentração por meio do HHI – Herfindahl-Hirschman Index.
A priori, o modelo logit apresentou um resultado adequado após o tratamento das variáveis com multicolinearidade. O modelo final de regressão logística, haja vista a forma como a amostra foi selecionada, circunscritos à população estudada se limitar a bancos brasileiros, demonstrou que sinergia e rentabilidade não são significativas para F&A neste setor. Sendo assim, a partir da análise dos resultados encontrados no efeito marginal, rejeitaram-se as hipóteses H1 e H3 e aceitou parcial a hipótese H2, devido apenas ao fato de o tamanho e o capital serem associados significativamente positivos à probabilidade de uma empresa realizar F&A. Em síntese, os resultados obtidos nesta pesquisa permitem concluir que as variáveis sinergia, rentabilidade, risco, custo e HHI não são associadas à probabilidade do processo de F&A nos trimestres analisados. Ou seja, respondendo à questão de pesquisa, as empresas adquirentes não realizam as operações de F&A a partir da associação probabilística de criar sinergia, rentabilidade, o aumento na rentabilidade, por meio de sinergia, não influencia a tomada de decisão sobre as F&A, resultado que contribui para a lacuna no incipiente arcabouço teórico, propondo uma abordagem diferente das demais para se entender essa estratégia empresarial.
Os resultados significantes obtidos na pesquisa permitem concluir que, nas instituições bancárias analisadas, o aumento do tamanho e do capital da empresa pode gerar chance de ocorrência de F&A, pois quanto maior o valor de ativo total e do percentual de capital próprio, maior a chance de as empresas adquirirem e fazerem operações que gerem maiores benefícios e criem sinergias operacionais e aumento da rentabilidade. Pode-se também concluir que, com diminuição da unidade de liquidez, a probabilidade de F&A diminui, uma vez que menor a sua liquidação menor valor para se investir em operações de F&A. Quanto melhor o valor dos seus ativos e maior sua disponibilidade própria de caixa, maior seu poder aquisitivo para a ocorrência do processo F&A. E, quanto maior a possibilidade de F&A, maior sua expansão geográfica, economias de escala e possibilidade de melhor retorno e sinergia as empresas.  
Em síntese, por não se ter encontrado significância estatística, não se pode concluir que sinergias operacionais e rentabilidade criam aumento ou diminuição da probabilidade de F&A nas instituições bancárias. Entre as limitações do estudo, encontra-se o fato de serem analisadas apenas operações de curto prazo (trimestral de 2016 a 2022). Desse modo, eventos de F&A que poderiam ter causado uma mudança na rentabilidade das empresas bancárias em longo prazo não foram captados. Somando esse fato ao caráter probabilístico da metodologia aplicada, essas questões podem ter proporcionado um viés aos resultados.
Para pesquisas futuras, recomenda-se a ampliação da amostra de pesquisa e das variáveis, a replicação para empresas nacionais e internacionais, com intuito de verificar também os determinantes externos no processo, se eles são influenciados pelas características econômicas, sociais e culturais de cada país. Realizar o estudo para as empresas adquiridas ou utilização de abordagem quantitativa e qualitativa, em forma de estudo múltiplo de casos, também pode ser uma pesquisa futura, no intuito de identificar e confrontar os resultados sobre sinergia e rentabilidade em F&A. 
 
 
REFERÊNCIAS
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ISSN: 2357/7428