Dificuldades Encontradas pelos Contadores Brasileiros ao Enviar…
Dificuldades Encontradas pelos Contadores Brasileiros ao Enviar…
Por:
Fellipe Guerra
Luís Borges Gouveia
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Dificuldades Encontradas pelos Contadores Brasileiros ao Enviar…

Edição 41
ISSN: 2357/7428
Outubro, 2022
20 min

Versão Digital da Revista Abracicon Saber da Academia Brasileira de Ciências Contábeis

Ed. 41, ISSN: 2357/7428, Ago, Set, Out/2022, Brasília-DF
Dificuldades Encontradas pelos Contadores Brasileiros ao Enviar Informações Contábeis e Fiscais para o Governo
Exclusiva Abracicon • Páginas na Versão Impressa: p. 18-36, 30min
Por: Fellipe Matos Guerra e Luís Borges Gouveia

Fellipe

Fellipe Matos Guerra

Pós – doutorando e doutor em Ciências da Informação pela Universidade Fernando Pessoa/Portugal.

Luís Borges Gouveia

Luís Borges Gouveia

Doutor em Ciência da Computação pela Universidade de Lancaster. Professor Catedrático da Universidade Fernando Pessoa/Portugal.

RESUMO
O objetivo da pesquisa foi apurar as dificuldades encontradas pelos profissionais da contabilidade brasileiros ao enviar informações contábeis e fiscais para o Fisco. Participaram na pesquisa 681 profissionais dos quais responderam a um questionário através do Google Forms com perguntas formatados na escala Likert com 5 respostas, permitindo ainda o respondente, ao fim das perguntas fechadas, emitir sua opinião acerca das dificuldades encontradas no trabalho de prestar informações contábeis e fiscais das empresas perante o Fisco.

Para as cinco possíveis respostas da escala Likert, foram ponderados pesos de 0 a 1 e feita a análise estatística descritiva e o teste do Alfa de Crombach para a escala Likert, tornando a pesquisa de cunho quanti-qualitativo.

Os achados da pesquisa revelam que os profissionais da contabilidade brasileiros julgam que:

a) o curso superior não forma o profissional da contabilidade para atuar na área fiscal;
b) é necessário recorrer a cursos livres, sendo a educação continuada prática adotada pelos profissionais para se manterem atualizados;
c) para enviar as informações contábeis e fiscais da empresa para o Fisco, os erros nos arquivos e falhas de comunicação com o Fisco são comuns;
d) existe elevado número de informações repetitivas enviadas em diversas obrigações acessórias;
e) as informações contábeis e fiscais prestadas pelas pequenas e médias empresas são difíceis de serem apuradas e enviadas.
Por fim, o nível de burocracia percebida pelo contador brasileiro é de 8,93. A pesquisa contribui para a discussão acerca da informação gerada e prestada pelas empresas ao Governo e aponta as dificuldades encontradas pelos profissionais da contabilidade em executar tais tarefas.

A gestão do E-Gov implementada no Brasil e outros países deveriam ficar atentas a essas dificuldades apresentadas nessa pesquisa com intuito de reduzir e simplificar as obrigações acessórias contábeis e fiscais das empresas perante o Fisco.

Palavras-chave: Imposto; Accountability; E-Gov; SPED.

DIFFICULTIES FOUND BY BRAZILIAN ACCOUNTANTS WHEN SENDING ACCOUNTING AND TAX INFORMATION TO THE GOVERNMENT

ABSTRACT

The objective of the research was to investigate the difficulties encountered by Brazilian accountants when sending accounting and tax information to the Tax Authorities. 681 accountants participated in the survey and answered a questionnaire through Google Forms with questions formatted on the Likert scale with 5 answers, allowing the respondent, at the end of the closed questions, to express his opinion about the difficulties encountered in the work of providing accounting and tax information. companies with the tax authorities.

For the five possible responses on the Likert scale weights from 0 to 1 were weighted and descriptive statistical analysis and Crombach’s Alpha test for the Likert scale were performed, making the research quantitative-qualitative. The findings of the research reveal that Brazilian accountants believe that:

a) higher education does not train the accountant to work in the tax area;
b) it is necessary to resort to free courses, with practical continuing education adopted by accountants to keep up to date;
c) to send the company’s accounting and tax information to the Tax Authorities, errors in files and communication failures with the Tax Authorities are common;
d) There is a high number of repetitive information sent in different accessory obligations;
e) The accounting and tax information provided by small and medium-sized companies is difficult to obtain and send.
Finally, the level of bureaucracy perceived by the Brazilian accountant is 8.93. The research contributes to the discussion about the information generated and provided by companies to the government and points out the difficulties encountered by accountants in performing such tasks.

The management of E-Gov implemented in Brazil and other countries should be aware of these difficulties presented in this research in order to reduce and simplify the accessory tax and accounting obligations of companies with the tax authorities.

Key-words: Tax; Accountability; E-Gov.

1. INTRODUÇÃO

Empresas são organismos sociais vivos, que, ao se relacionarem com seus clientes, prestando serviços, produzindo e/ou vendendo seus produtos geram impactos na sociedade. Para que elas possam operar de maneira legal, elas devem prestar contas de diversas informações prioritariamente ao Governo e, secundariamente, à sociedade, aos clientes, aos fornecedores, aos credores e demais stakeholders. Sabe-se, no entanto, que quanto maior a empresa, mais informações ela deve prestar, e que, na prática, quanto maior a empresa, mais informações ela deixará disponível ou deverá fornecer ao Governo. Nesse sentido, a atuação das empresas na sociedade é regida por prestação de informações em pouco ou grande volume, e a falta da disponibilização de informações por parte da empresa gera uma gama de penalidades que podem culminar em sua descontinuidade.
A Figura 1 evidencia como as empresas enviam as informações ao Governo através do modelo físico, em que a geração da informação é elaborada através de um programa específico dado pelo Governo. Ou seja, a informação a ser prestada pelas empresas ao Governo é parametrizada de acordo com o layout do sistema do Governo. De acordo com Helbig, Gil-García e Ferro (2005), o Governo Eletrônico faz a operação do tipo G2B, em que as empresas jurídicas prestam informações para o Governo. Nesse sentido, a informação prestada pela empresa é aquela que o Governo exige, parametrizada e organizada pelo Governo, devendo a empresa preencher todos os campos informacionais para conseguir enviar as informações.

Na opinião de Geron et. al. (2011, pág. 47) “o Governo brasileiro vem buscando combater a sonegação fiscal, controlando cada vez mais seu sistema de administração tributária.” Ainda de acordo com Geron et. al. (2011, pág. 47) “os avanços apresentados nas áreas de tecnologia da informação e comunicação eletrônica, passaram a colaborar com o Governo no exercício de suas funções”.

Diante do contexto de que toda empresa é um agente na sociedade, sendo obrigada a prestar informações para o Governo, essa pesquisa tem como objetivo principal apurar as dificuldades encontradas pelas empresas que atuam no Brasil e em Portugal ao enviar informações contábeis-fiscais da empresa para o Governo. A questão norteadora da pesquisa é: Quais principais dificuldades encontradas pelas empresas brasileiras ao enviar informações contábeis-fiscais para o Governo?

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Governo Eletrônico

Governo Eletrônico é a modernização do Estado através de plataformas digitais, que permitem ao cidadão consultar dados públicos e resolver diversos tipos de situações de forma digital. Nesse contexto, tem-se a informação acessível, permitindo maior transparência, legitimidade acerca das informações consultadas, maior integração dos serviços públicos, confiança pública, e tudo feito de forma on-line. De acordo com o entendimento de Schedler e Scharf (2001), independentemente do tipo de transação realizada, o objetivo do Governo Eletrônico é melhorar o desempenho interno e externo do setor público, tendo como centro o cidadão.

Diversos países aderiram a esse formato de Governo e a Organização das Nações Unidas (ONU), elabora bienalmente um estudo denominado “Estudo sobre Governo Eletrônico da ONU”, publicando edições desde 2001, ranqueando os países mais adeptos adequados tecnologicamente a esse tipo de gestão. No estudo mais recente publicado em 2018, a ONU declarou que (2018, pág. 6):
“Os gestores públicos devem ter como objetivo um Governo aberto aos cidadãos. Processos inovadores de coordenação, mecanismos de entrega de serviços públicos e o envolvimento e empoderamento dos cidadãos são essenciais, assim como tornar esses serviços abertos, inclusivos e acessíveis a todos os grupos da sociedade, incluindo os menos favorecidos e os mais vulneráveis”.

No referido Estudo elaborado pela ONU, o Índice de Desenvolvimento de Governo Eletrônico revela o Brasil na posição 44 do ranking, e Portugal na posição 29, em que a amostra tem um total de 186 países.

Na esfera tributária, o Governo Eletrônico também é um pilar importante, pois o Estado recebe os impostos das pessoas naturais e jurídicas e deve aplicá-los de forma eficiente. A transparência do recurso público evidenciando sua origem e aplicação é de fundamental importância para uma sociedade mais justa. A República da Coreia, especificamente a Província de Chungcheongnam-do, possui o maior exemplo de aplicação eficiente de recursos públicos, em que divulga em tempo real através da internet a origem de 100{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694} dos impostos arrecadados e sua aplicação.

A implementação e evolução do Governo Eletrônico tem como benefício esperado: a eficiência das análises de cruzamento de dados feitas pelo Governo, redução de mão de obra para fazer o serviço, assertividade nas informações apuradas, redução da sonegação fiscal e transparência no gerenciamento dos recursos público. Como consequência dessa implementação e melhoria contínua do Governo Eletrônico, tem-se a melhora na qualidade de vida dos cidadãos e significativo aumento na qualidade do controle da gestão pública.

Autores como Lemos (2007) e Ferrer e Santos (2004) destacam que o Governo Eletrônico irá possibilitar uma democracia revitalizada por conta da maior proximidade da população junto ao Governo. Nesse contexto, cidadãos são agentes primordiais da política junto com o Governo, quando ocorre uma proximidade da população junto ao Governo e do Governo junto à sociedade, ocorrendo uma quebra de paradigma nessa relação. Com a democratização do Estado através do advento da chegada e aperfeiçoamento contínuo do Governo Eletrônico, pesquisadores como Lenihan (2002) e Nunes (2004) destacam que em um Governo democrático existem três esferas inter-relacionadas, a saber: Política, Administração e Sociedade.

Esses três agentes se relacionam de maneira mais facilmente com a chegada do Governo Eletrônico e estão interligados.

O movimento relacionado ao Governo Eletrônico é consequência natural do advento da chegada da internet, evento típico da sociedade na era da informação. Em um mundo capitalista, e com uso desenfreado da tecnologia e com ampla base de dados as quais se interligam, fica fácil compreender a mudança do papel dos governos na sociedade, que vai além de prover a sociedade com bens e serviços, mas atuar com transparência em relação à captação e àa locação dos recursos financeiros. O foco dos governos passa a ser fazer mais com menos, conceito esse inserido no contexto da eficiência.

Governo Eletrônico pode ser entendido de que forma o Governo oferta serviços à população, tendo como enfoque na revisão contínua de seus sistemas e do modus operandi dos processos. Por outro lado, é compreendido também pela forma como o Governo controla os recursos financeiros por ele recebido e de que forma ele presta contas à sociedade através da alocação correta e eficiente dos recursos financeiros por ele administrado.

Para Coelho (p. 41, 2009) “A partir do fim dos anos 90, os governos de todo mundo começam a fazer reformas em suas estruturas administrativas voltadas para a modernização com inovações tecnológicas, seja para aumentar a eficiência, seja como uma nova forma de oferecer serviços à sociedade e, eventualmente, redefinir suas atividades e aumentar o acesso à informação governamental.”
Mundialmente, o Governo Eletrônico foi iniciado pelos países mais ricos do mundo formados pelo conglomerado G8. Nesse momento, o Governo passa a ser um cliente da sociedade, o qual está inserida na era da informação. A ideia é que os Governos adotem uma postura mais eficiente acerca da gestão dos recursos por conta da chegada da internet, a qual mudou a forma com que as pessoas se relacionam. A concepção do Governo Eletrônico deu-se pelo reconhecimento do Governo Norte-Americano através da chegada da Tecnologia da Informação, reforma do Poder Público e “explosão” da internet modificando a forma como as pessoas se relacionam na sociedade, conforme evidenciado na Figura 2.

2.1.1 Governo Eletrônico no Brasil

O Brasil iniciou o Governo Eletrônico no ano de 2000 com a chegada da “Proposta de Política de Governo Eletrônico Para o Poder Executivo Federal”, liderada pelo então chefe de estado do Brasil Fernando Henrique Cardoso. De acordo com Mora (2005, pág. 5), no Brasil, a concepção ideológica do projeto consiste em “explorar as possibilidades de fiscalização embutidas nas novas tecnologias e utilizar a internet, com ênfase na relação fisco-contribuinte.” Nesse contexto, fica óbvio que no Brasil, o Governo Eletrônico ficará também concentrado na cobrança de devedores tributários, bem como na verificação da consistência da apuração dos impostos apurado e pago pelos cidadãos e empresas.

Apesar do contraste social que ocorre no Brasil, com 26 estados e um Distrito Federal, em que os 220 milhões de habitantes possuem classes sociais e escolaridade muito diferentes, e em alguns lugares impera a pobreza, mas em outros nem tanto, a internet e o Governo Eletrônico são grandes desafios. Com isso, quando se fala em Governo Eletrônico no Brasil, iremos encontrar discrepâncias pois são diversas realidades num território com 8,5 milhões de km, sendo o quinto maior país em extensão territorial e com realidades bem diferentes em cada região do país. Dessa forma, enquanto em alguns lugares do Brasil o Governo Eletrônico nem existe, em outros ele pode estar pouco ou até muito avançado. Com o intuito de amenizar essas discrepâncias, existe o Comitê Executivo de Governo Eletrônico, o qual estabelece políticas, diretrizes e articula ações referentes à implantação do Governo Eletrônico, o qual, no mês de setembro de 2000, apresentou a “Política de Governo Eletrônico“. No ano de 2002, o Governo publicou o primeiro relatório informando o status até o momento em relação às ações e às medidas tomadas pelo Governo federal e desafios, com intuito de ampliar as bases do conceito de Governo Eletrônico para os diversos estados e municípios brasileiros.

A primeira medida tomada pelo Governo brasileiro no tocante à implementação do Governo Eletrônico foi ampliar as bases de consultas e acesso, fazendo dos Portais do Governo um grande balcão de consultas a ser utilizado pela população, conforme destaca o documento acerca da reformulação dos Portais do Governo para serem “verdadeiros balcões virtuais de informação atendimento para a prestação de serviços.

A primeira medida tomada pelo Governo brasileiro no tocante à implementação do Governo Eletrônico foi ampliar as bases de consultas e acesso, fazendo dos Portais do Governo um grande balcão de consultas a ser utilizado pela população, conforme destaca o documento acerca da reformulação dos Portais do Governo para serem “verdadeiros balcões virtuais de informação atendimento para a prestação de serviços.” Note-se que a ideia é deixar disponíveis informações para consultas públicas e demais itens relacionados a prestações de serviços de uma forma em geral tomando como base a concepção do “Cidadão/Cliente” (MARTINUZZO, 2008).

No ranking bienal elaborado pela ONU acerca do Índice de Desenvolvimento de Governo Eletrônico, mostra o Brasil na posição 44 do ranking, no ano de 2018, e, na posição 51, na edição de 2016, evidenciando uma subida de 7 degraus, sendo o Brasil o país com maior índice da América Latina.

2.2 O Regime Tributário Brasileiro

Um dos regimes tributários mais complexos do mundo é o brasileiro, pois são 93 tipos de impostos, taxas, contribuição de melhoria ou contribuição parafiscal, dotado de um grande arcabouço complexo de leis, normas e instruções tributárias e com diversos tributos, os quais incidem sobre patrimônio, folha de pagamento, renda, operação financeira, lucro, faturamento, etc. Somando-se o fato que se devem enviar as diversas obrigações fiscais acessórias, torna a operação empresarial no Brasil morosa e cara.

No Brasil, uma empresa com fins lucrativos deve escolher um regime tributário, podendo ser optante pelo Simples, desde que o faturamento anual não exceda a R$4.800.000,00, e, nos casos em que se apura um valor de faturamento acima desse montante, a empresa optará pelo regime do lucro real ou lucro presumido, ou em último caso, pelo lucro arbitrado. Frisa-se então que o regime tributário Simples, que reduz as obrigações fiscais acessórias, é restrito para algumas empresas, pois depende do faturamento auferido anualmente, quadro societário, atividade(s) da empresa. O Quadro 1 evidencia os regimes tributários que as empresas com fins lucrativos podem escolher no Brasil, de acordo com o Código Tributário Nacional (CTN) em seu art. 44.

2.2 O Regime Tributário Brasileiro

Um dos regimes tributários mais complexos do mundo é o brasileiro, pois são 93 tipos de impostos, taxas, contribuição de melhoria ou contribuição parafiscal, dotado de um grande arcabouço complexo de leis, normas e instruções tributárias e com diversos tributos, os quais incidem sobre patrimônio, folha de pagamento, renda, operação financeira, lucro, faturamento, etc. Somando-se o fato que se devem enviar as diversas obrigações fiscais acessórias, torna a operação empresarial no Brasil morosa e cara.

No Brasil, uma empresa com fins lucrativos deve escolher um regime tributário, podendo ser optante pelo Simples, desde que o faturamento anual não exceda a R$4.800.000,00, e, nos casos em que se apura um valor de faturamento acima desse montante, a empresa optará pelo regime do lucro real ou lucro presumido, ou em último caso, pelo lucro arbitrado. Frisa-se então que o regime tributário Simples, que reduz as obrigações fiscais acessórias, é restrito para algumas empresas, pois depende do faturamento auferido anualmente, quadro societário, atividade(s) da empresa. O Quadro 1 evidencia os regimes tributários que as empresas com fins lucrativos podem escolher no Brasil, de acordo com o Código Tributário Nacional (CTN) em seu art. 44.

No regime de tributação Simples, os principais tributos estão inseridos em uma única guia de recolhimento, facilitando a apuração e arrecadação tributária. Trata-se de um regime simplificado, em que por meio do faturamento auferido na atividade-fim, calculam-se os tributos devidos. Apesar da simplificação no cálculo dos tributos, é notória a redução das obrigações fiscais da empresa optante pelo Simples, se comparado com os regimes não optantes como lucro real, lucro presumido e lucro arbitrado.

Pelo fato de o regime Simples ser atrativo sob o ponto de vista da economia tributária e da redução das obrigações acessórias, o Governo brasileiro entende que esse regime é um benefício, e, por isso, as empresas pretendentes a esse regime tributário devem apresentar uma série de condições concomitantes para ser inserida no regime de tributação do Simples como:
a) ter faturamento anual inferior a R$4.800.000,00;
b) ter atividade(s) operacional(ais) pertencentes as atividades permitidas para o regime;
c) não possuir qualquer tipo de dívida tributária;
d) não possuir em seu quadro de sócios empresas ou pessoa estrangeira sem domicílio no Brasil.

No regime do Simples, a empresa deve elaborar algumas obrigações acessórias como: enviar a Defis anualmente contendo informações do lucro apurado e distribuído, saldos de caixa e banco, valor de estoque final e inicial, total das despesas auferidas, entre outras informações; enviar o SPED EFD Reinf mensalmente somente no caso da empresa ter o INSS retido em sua nota fiscal de prestação de serviço; enviar mensalmente o E-social caso a empresa possua funcionários; enviar o Sped EFD ICMS IPI, caso a empresa seja comercial ou industrial com faturamento bruto anual no exercício seguinte entre R$3.600.000,01 e R$4.800.000,00.

No regime de tributação do lucro presumido, lucro real ou lucro arbitrado, a empresa deve recolher os diversos tributos em guia própria de recolhimento, apurando-os de forma individualizada. Diferente do regime tributário Simples, no lucro presumido, cada tributo é apurado com critérios próprios, com bases de cálculos diferentes e recolhidos em guias tributárias próprias.

Nesse regime tributário, a empresa deve enviar as seguintes obrigações acessórias: enviar mensalmente a DCTF com intuito de declarar as dívidas e se for o caso, os respectivos pagamentos; enviar o Sped EFD Reinf mensalmente somente no caso de a empresa ter o INSS retido em sua nota fiscal de prestação de serviço; enviar mensalmente o E-social caso a empresa possua funcionários; enviar o Sped EFD ICMS IPI, caso a empresa seja comercial ou industrial; enviar anualmente o Sped ECD, caso a distribuição de lucros seja superior ao lucro fiscal presumido, deduzidos os tributos federais, e, no caso de a receita bruta anual ser superior a R$ 1.200.000,00; enviar anualmente o Sped, ECF, informando os dados relacionados à apuração do Imposto de Renda e da Contribuição Social.

Considerando as empresas com fins lucrativos, devemos expor que, no Brasil, os tributos para esse tipo de empresa são inerentes: a) sobre o faturamento; b) sobre o lucro e c) sobre a folha de pagamento. Ou seja, as empresas com fins lucrativos devem apurar diversos tributos, sendo eles sobre o faturamento como: PIS, Cofins, ICMS, IPI e ISS; sobre o lucro como: IRPJ e CSLL e sobre a folha como: INSS e FGTS. A depender do regime tributário em que a empresa com fins lucrativos faça parte (Simples, lucro real, lucro presumido ou lucro arbitrado), a apuração desses tributos muda de forma drástica, bem como a obrigatoriedade das obrigações acessórias.

3. METODOLOGIA DA PESQUISA

3.1 Coleta dos Dados

Com intuito de responder ao problema de pesquisa, será utilizada como instrumento para coleta de dados a técnica de entrevista com perguntas abertas e fechadas, a ser feita aos profissionais da contabilidade que atuam no Brasil. Esse tipo de pesquisa com coleta de dados por meio de entrevista busca compreender fenômenos que acontecem com a população pesquisada, permitindo assim avaliar o sentimento acerca dos entrevistados.

A entrevista com os respondentes será feita através da plataforma Google Forms, a qual disponibiliza o formulário de pesquisa gratuito e de elevada confiabilidade, permitindo assim coletar informações com vários tipos de respostas, sendo abertas e/ou fechadas. Os respondentes serão obrigatoriamente profissionais da contabilidade que atuam no Brasil. A técnica da entrevista com uso de formulários é largamente utilizada em pesquisas, podendo inclusive capaz de produzir conhecimento novo a respeito de uma área ou fenômeno (ROSA e ARNOLDI, 2006).

Considerando a Escala de Likert com possibilidade de respostas com números ímpares, será utilizada a régua com 5 possíveis respostas a saber: 1) Discordo totalmente; 2) Discordo; 3) Indiferente; 4) Concordo; 5) Concordo totalmente, conforme ilustra a Figura 3. Além das perguntas com respostas no formato de escala de Likert, será permitido, em determinada questão, ao respondente relatar sua opinião acerca das maiores dificuldades em enviar informações contábeis e fiscais para o Governo.

3.2 Tratamento dos Dados e Classificação da Pesquisa

Pesquisas que buscam compreender o comportamento humano podem utilizar a Escala criada por Rensis Likert, em 1932. De acordo com Matthiensen (2011, Pág. 8), “A utilização do questionário é uma das formas mais práticas de obtenção de informações quando existe a necessidade de saber sobre comportamentos, atitudes, opiniões e preferências apud HORA et. al., 2010”.

Nessa pesquisa, a maior parte dos dados coletados dos respondentes serão tratados estatisticamente com base na Escala Likert de 5 variáveis, sendo a resposta central com efeito nulo por ser uma resposta Indiferente. Dessa forma, na Escala Likert com 5 variáveis será utilizado as respostas dos dois extremos positivos e negativos. Dessa forma, numa escala Likert com 5 respostas podemos visualizar a seguinte régua de pontuação: -2, -1, 0, +1 e +2. Pode-se também pensar numa outra régua de pontuação iniciando em 1 e terminando em 5.

Dessa forma, poder-se-á apurar o total da pontuação obtida para cada questão, permitindo concluir o quanto a afirmativa que se busca resposta está próximo ou distante da realidade. Dessa forma, uma afirmativa poderá ter pontuação alta ou baixa a depender da pontuação acumulada. No caso de uma escala Likert com 5 respostas possíveis e com 10 participantes, a pontuação mínima na régua de -2 a 2 é -20 e a máxima é 20. Já na régua que pontua de 1 a 5 a nota mínima é 10 e máxima é 50. Independente da régua utilizada para pontuar, tem-se um espaço de 40 pontos entre o mínimo e o máximo.

O número de respondentes foi de 682 e, de acordo com Lima (2000), as pesquisas que utilizam Escala Likert que possuam de 100 a 200 respondentes estão aptas para se fazerem as análises e conclusões.

Essa pesquisa é do tipo não probabilística e com participantes selecionados por conveniência. Com intuito de responder ao problema de pesquisa, serão excluídos os formulários recebidos pelos respondentes não profissionais da contabilidade, visto que o objetivo central da pesquisa é compreender as dificuldades encontradas pelos profissionais da contabilidade em enviar informações contábeis e fiscais para o Governo.

Dessa forma, excluir da análise aqueles que não são profissionais da contabilidade possibilitará fazer uma inferência mais assertiva à medida que esse não compreende o universo contábil e tributário.

A utilização do questionário é uma das formas mais práticas de obtenção de informações quando existe a necessidade de saber sobre comportamentos, atitudes, opiniões e preferências.

Será utilizada nessa pesquisa a Escala de Likert original, ou seja, aquela com 5 possibilidades de respostas, sendo a questão central do tipo indiferente e as questões da extremidade positivas e negativas, do tipo concordo totalmente e discordo totalmente. Sabe-se que, a partir da Escala original de Likert, surgiram outras escalas do tipo-Likert com 7 ou 11 escalas, sendo a questão central indiferente. Não há consenso sobre a melhor escala, se de 5, 7 ou 11 respostas, mas o fato é que as escalas com maiores possibilidade de respostas podem prejudicar a análise à medida que existe elevada dispersão de dados, podendo ser corrigida com um número maior de respondentes da pesquisa. Por outro lado, uma escala tipo-Likert com apenas 3 possíveis respostas, sendo a resposta central indiferente e as extremidades do tipo “concordo e discordo”, podem não permitir uma boa análise dos dados. Em relação a esse assunto, Dalmoro e Vieira (2013, Pág. 163), afirmam:

Embora o uso de escalas com outro número de itens, diferente de cinco, represente uma escala de classificação, quando esta não contiver cinco opções de resposta, não se configura uma escala Likert, mas, sim, do “tipo Likert (…). A variação no número de itens da escala originalmente proposta por Likert tem fomentado inúmeras discussões sobre a escolha da escala a ser utilizada”.
Conforme elucidado, o número possível de respostas da escala Likert pode afetar a análise dos dados e, por isso, optou-se nessa pesquisa seguir o método tradicional com 5 respostas. Além disso, há que destacar que a forma em que as respostas são apresentadas também interferem nas respostas. Pesquisas já foram feitas com o intuito de compreender o nível de interferência na disposição de como as respostas são apresentadas, conforme apresenta Barnette (2000).

A disposição da ordem inversa das respostas pode, sim, afetar a análise dos resultados à medida que a inversão pode confundir os respondentes, conforme mostra a Figura 4, as escalas Likert invertidas. Para esta pesquisa, foi mantida a disposição original da Escala Likert, iniciando na esquerda com Discordo Totalmente, visto que o nível de confiabilidade é mais adequado.

O teste estatístico a ser empregado na Escala Likert será o Coeficiente de Alfa de Cronbach com intuito de verificar a consistência do formulário que foi aplicado aos entrevistados conforme detalha a Equação 1.

K = Número de respondentes da amostra; S2i = Total das variâncias individuais;  S2t = Total das variâncias totais. 

Por mais que se espere um resultado para o alfa de Cronbach entre 0,7 a 0,9, é controverso julgar fora desse parâmetro não se tem confiabilidade no questionário. Segundo Hora et. al. (2011, Pág. 92): 

“Não há um valor mínimo definido para o coeficiente alfa de Cronbach ser aceito como bom, mas acha-se na literatura o valor de 0,70 como mínimo aceitável apud (FREITAS & CONGÇALVEZ, 2005; URDAN, 2001; OVIEDO & CAMPO-ARIAS, 2005; MILAN & TREZ, 2005). Existem, entretanto, autores que utilizam o alfa sem fazerem nenhuma menção a um mínimo (SALOMI et al, 2005; XEXEO, 2001; MIGUEL & SALOMI, 2004; MAÇADA et al, 2000; MATO & VEIGA, 2000).”

Em relação ao tipo de pesquisa e a sua abordagem, ela se classifica como quali-qualitativa. O formulário enviado busca compreender a experiência desses profissionais da contabilidade ao enviarem as informações contábeis e fiscais ao Governo. Esse formulário contendo afirmações em que o respondente marca se concorda totalmente ou discorda totalmente é do tipo qualitativo. O fato é que o respondente marca uma opção entre cinco possíveis, sendo esta de cunho qualitativo. No entanto, com intuito de tornar as repostas para o viés quantitativo, será aplicada a metodologia de Hora et. al. (2010), o qual atribuiu pesos para as respostas, permitindo fazer uma espécie de pontuação para cada questão. A Figura 5 evidencia a aplicação da pontuação de Hora et. al. (2010) para as respostas com mínimo de 0 e máximo de 1.

Por mais que se espere um resultado para o alfa de Cronbach entre 0,7 a 0,9, é controverso julgar fora desse parâmetro não se tem confiabilidade no questionário. Segundo Hora et. al. (2011, Pág. 92): 

“Não há um valor mínimo definido para o coeficiente alfa de Cronbach ser aceito como bom, mas acha-se na literatura o valor de 0,70 como mínimo aceitável apud (FREITAS & CONGÇALVEZ, 2005; URDAN, 2001; OVIEDO & CAMPO-ARIAS, 2005; MILAN & TREZ, 2005). Existem, entretanto, autores que utilizam o alfa sem fazerem nenhuma menção a um mínimo (SALOMI et al, 2005; XEXEO, 2001; MIGUEL & SALOMI, 2004; MAÇADA et al, 2000; MATO & VEIGA, 2000).”

Em relação ao tipo de pesquisa e a sua abordagem, ela se classifica como quali-qualitativa. O formulário enviado busca compreender a experiência desses profissionais da contabilidade ao enviarem as informações contábeis e fiscais ao Governo. Esse formulário contendo afirmações em que o respondente marca se concorda totalmente ou discorda totalmente é do tipo qualitativo. O fato é que o respondente marca uma opção entre cinco possíveis, sendo esta de cunho qualitativo. No entanto, com intuito de tornar as repostas para o viés quantitativo, será aplicada a metodologia de Hora et. al. (2010), o qual atribuiu pesos para as respostas, permitindo fazer uma espécie de pontuação para cada questão. A Figura 5 evidencia a aplicação da pontuação de Hora et. al. (2010) para as respostas com mínimo de 0 e máximo de 1.

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Nesta seção, serão apresentados os resultados dos respondentes e as análises estatísticas resultantes da coleta de dados efetuada.

4.1 Alfa de Cronbach

O primeiro teste estatístico a ser feito é do Alfa de Cronbach com intuito de verificar a consistência do instrumento de pesquisa. Espera-se um Alfa de Cronbach entre 0,7 a 0,9, mas não é consenso na literatura que valores abaixo de 0,7 indiquem falta de consistência no formulário, inclusive porque quando especialistas respondem, a tendência é ter respostas na mesma direção e, por isso, é aceito um Alfa de Cronbach inferior a 0,7. Para muitos pesquisadores, não existe consenso acerca desse parâmetro de confiabilidade do instrumento não paramétrico.

 

Os números revelam que o nível de burocracia tributária percebido pelo profissional da contabilidade brasileiro é de 8,93 numa escala máxima de 10 pontos. Ou seja, os profissionais da contabilidade que preparam a informação contábil e fiscal das empresas para prestar ao Fisco julgam existir uma elevada burocracia para executar a tarefa.
A maioria dos profissionais da contabilidade declaram que o curso universitário não os prepara para o mercado de trabalho, especificamente para o setor fiscal. Considerando que a pontuação desse quesito foi 587 em um total máximo de 681 pontos, conclui-se que o nível de adesão à afirmativa foi 86,19{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}, em que os respondentes consideram que não foram preparados pela universidade para atuar na área fiscal. Corroborando a falta de preparo percebida pelo profissional da contabilidade brasileiro, ao sair da universidade para atuar na área fiscal, o respondente declara que, para ser um atuante na área tributária no Brasil, é necessário fazer cursos livres (formação especializada), sendo o nível de adesão a essa posição apontado por 86,86{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694} dos respondentes. Frisa-se que essa questão teve pontuação de 591,5 e, considerando a pontuação máxima da escala de 681 pontos, apurou-se o índice de 86,86{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}.
De acordo com estas análises iniciais, a primeira pergunta que carece reflexão é: as universidades brasileiras em Contabilidade não preparam o discente para atuar na área fiscal ou as complexas normas tributárias brasileiras, que são alteradas constantemente é que promove a sensação de despreparo para atuar na área fiscal? Esta pesquisa não busca compreender o nível de qualidade das universidades em Contabilidade brasileira, tampouco busca entender o motivo do sentimento de o profissional sentir-se despreparado ao sair da universidade. Mas um ponto demasiadamente relevante apurado nessa pesquisa é a sensação de despreparo do profissional da contabilidade brasileiro para atuar na área fiscal após concluir o curso universitário em Contabilidade.
Considerando o fato de que a pesquisa permitiu que os profissionais da contabilidade descrevessem seu sentimento em relação a atuação na área contábil e fiscal, percebe-se uma quantidade significativa de reclamação relacionada aos erros recorrentes dos arquivos gerados para envio ao Fisco, sistemas lentos, instabilidade nos sítios receptores das informações contábeis e fiscais, falha na conexão ao enviar informações, falta de preparo daquele que envia, erro com códigos tributários de produtos, legislação complexa, e principalmente as informações contábeis e fiscais duplicadas em diversas declarações enviadas a diversos entes da Federação brasileira. Vale frisar que apesar das diversas dificuldades apuradas por estes profissionais da contabilidade participantes da pesquisa, o Governo brasileiro avança na melhoria da prestação de contas que as empresas fazem ao Fisco, tendendo a reduzir gradualmente as obrigações acessórias. Mas o fato constatado em relação aos profissionais da contabilidade brasileiros é a sensação do elevado nível de dificuldade para atuar na área fiscal pelo fato de os programas fornecidos pelo Governo, que foram criados justamente para facilitar o envio das informações fiscais e contábeis, serem morosos, trabalhosos e gerarem um elevado número de erros, inconsistências e dificuldade para envio. 
A pesquisa revela que a obrigação acessória mais difícil de ser elaborada na opinião do profissional brasileiro é o Sped E-social com 198,5 pontos, perfazendo uma adesão à afirmativa acerca da facilidade em manusear o Sped E-social em 29,14{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}. Ou seja, é baixíssimo o nível de adesão à afirmativa, mostrando claramente a dificuldade em manusear e entregar informações acerca da folha de pagamento e seguridade social. Já a obrigação acessória que o profissional tem mais facilidade de fazer e enviar é a DCTF, com 396,75 pontos com nível  de adesão à afirmativa de 58,25{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}. Em relação aos Speds Contábil Fiscal (Sped ECF) e Contábil Digital (Sped ECD), eles apresentam o mesmo nível de dificuldade para os profissionais da contabilidade brasileiros, com pontuação de 220,5 e 220,25 respectivamente, o que são tecnicamente iguais. A adesão à afirmativa acerca da facilidade em manusear e gerar as informações contábeis e fiscais nos referidos Speds é de 32,37{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694} e 32,34{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}, respectivamente. Já em relação à facilidade de manusear o Sped EFD Reinf o nível de adesão a afirmativa foi de 37,95{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}. Por fim, o Sped IPI ICMS e o Sped EFD Contribuições tiveram nível de adesão de afirmativa acerca de sua facilidade de manuseio de 36,23{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694} e 37,95{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694} respectivamente. Os números apurados em relação ao envio e à elaboração dos diversos Speds revelam o quanto os profissionais da contabilidade têm dificuldades para executá-los.
 
Considerando o fato de que a pesquisa permitiu que os profissionais da contabilidade descrevessem seu sentimento em relação a atuação na área contábil e fiscal, percebe-se uma quantidade significativa de reclamação relacionada aos erros recorrentes dos arquivos gerados para envio ao Fisco, sistemas lentos, instabilidade nos sítios receptores das informações contábeis e fiscais.
 
 
Observando as respostas dissertativas dos profissionais da contabilidade, em que a queixa por erros constantes na geração dos arquivos para envio dos Speds ao Fisco foi pontuada pelos diversos respondentes, conforme abaixo replicado algumas considerações dos respondentes: 
“O SPED é sinônimo de complexidade da informação. Muitos blocos e divisões, as vezes de coisas que poderiam sim ser resumidas e compactadas”;
“Sistemas para recepção de arquivos, cheio de falhas e lento
“Erros de cruzamentos entre os SPEDs, várias atualizações do PVA”;
“Muitos erros”;
“O cadastro de produtos inconsistentes, contas do plano de contas não sincronizadas, erros no SPED ICMS corrigidos no próprio SPED”;
“Sistema fora de ar, sistema dando erro, Governo não sabe explicar”;
“Versão Java, o próprio sistema do Governo que muitas vezes fica fora do ar”;
“Em geral erros recorrentes do SPED”;
“Os sistemas SPED possuem características que, em certas situações, ao cometer um erro é preciso reiniciar todo o processo”
“Não seria necessário importar dados de algumas informações de exercícios anteriores na ECF e ECD”;
“As obrigações assessorias mais difíceis de ser enviadas são os SPEDs, são bem complexos e de difícil entendimento devido a quantidade de blocos etc”
“Podia ser mais simples, principalmente as declarações (SPED´S)”
“Erros nos sites e programas da receita federal, erros nos SPEDs, erros nas atualizações de programas e informações da RFB” e
“Falta de informação de dados da empresa, infelizmente a maioria das empresas não enviam ao contador”
Considerando as dificuldades apontadas pelos profissionais da contabilidade em manusear os Speds, foi questionado se eles consideram que as informações prestadas nos diversos Speds são excessivas e repetitivas e, nesse quesito, o nível de adesão a essa afirmativa foi de 69,67{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}. Essa questão traz à tona o nível elevado de informações contábeis e fiscais exigido pelo Fisco nos diversos Speds. Como não bastasse a dificuldade em elaborar os Speds, os profissionais da contabilidade devem replicar as mesmas informações nas diversas declarações. Parece que o Fisco deseja apurar inconsistências por informações geradas pela própria empresa, além do confronto de dados que ele faz com outras declarações, enviadas por outras empresas. O relato dos profissionais da contabilidade a seguir retrata essa situação:
“O maior problema por mim encontrado é o volume de obrigações acessórias, demandamos muito tempo só preenchendo declarações”
“Excesso de informações além da instabilidade de sistemas”
“Muitas informações duplicadas indo para o fisco, tinha que ser mais centralizado”
 
Em relação à parametrização da nota fiscal para que a empresa possa emitir documento comprobatório das suas operações fiscais, constatou-se que a nota fiscal comercial é mais difícil de parametrizar do que a nota de serviço, apurando a nota fiscal comercial pontuação de 253,5 e a nota de serviço a pontuação de 346,75. A diferença esperada fundamenta-se na ideia de que a nota fiscal comercial tem um elevado número de informações fiscais e tributárias para ser inserido na parametrização, o que difere da parametrização da nota fiscal de serviço. A adesão à afirmativa acerca da facilidade em parametrizar as notas fiscais comerciais e de serviços é de 37,72{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694} e 50,91{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694} respectivamente.
 
Os profissionais da contabilidade brasileiros julgam ser complexo à apuração do imposto mensal cabível na pequena e média empresa. No caso das empresas brasileiras, há que se destacar que a declaração do faturamento deve ser inserida de acordo com o anexo que a empresa está inserida no regime do Simples Nacional
 
Em relação à dificuldade para enviar informações fiscais das pequenas e médias empresas, constatou-se que a dificuldade relacionada à declaração de faturamento informada mensalmente no PGDAS, em que a partir desse faturamento declarado é que se apura o imposto a pagar no DAS, constatou-se que os pontos de 347,25 indicam uma adesão à afirmativa de 50,99{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}. Ou seja, os profissionais da contabilidade brasileiros julgam ser complexo à apuração do imposto mensal cabível na pequena e média empresa. No caso das empresas brasileiras, há que se destacar que a declaração do faturamento deve ser inserida de acordo com o anexo que a empresa está inserida no regime do Simples Nacional. Ou seja, as pequenas e médias empresas optantes pelo regime tributário do Simples Nacional devem informar o faturamento tributável de acordo com sua forma de atuação: se comércio, se indústria ou se prestadora de serviço, e, além das atividades, devem-se ainda verificar questões tributárias específicas a cada uma das atividades. Mesmo a empresa tendo o enquadramento como pequena ou média, existem uma série de características tributárias que tornam a gestão tributária e o cálculo dos impostos complexo. Já na declaração anual Defis, obrigatório para empresas optantes pelo Simples Nacional, apurou-se que os pontos auferidos em relação à facilidade de prestar as informações ali solicitadas é de 319,25, perfazendo adesão à afirmativa de 46,87{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}. Dessa forma, constata-se que o informativo anual de cunho contábil e fiscal das pequenas e médias empresas exigem informações de média à elevada complexidade de apuração pelos profissionais da contabilidade brasileiros. Nesse ponto, vale frisar que nas questões dissertativas descritas pelos profissionais da contabilidade brasileiros foi pontuado sobre as dificuldades que muitos possuem com o acesso à internet, em que é precário, impedindo assim o envio dessas informações da empresa ao Fisco.
Em relação à simplificação das informações contábeis e fiscais das pequenas e médias empresas brasileiras, a maioria dos respondentes julgam que essas empresas fornecem informações de forma exaustiva, e declaram que concordam, sim, que deveria haver uma redução nas obrigações acessórias tributárias e fiscais para as pequenas e médias empresas. A pontuação dessa questão foi de 437,75 em um total de 681 pontos possíveis, perfazendo uma adesão à afirmativa de 64,28{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}. O profissional da contabilidade brasileiro urge por enviar menos informações das pequenas e médias empresas ao Fisco.
Em relação ao cruzamento de dados contábeis e fiscais que o Fisco faz com intuito de descobrir sonegação tributária possivelmente praticada pelas empresas, os profissionais da contabilidade acreditam que o cruzamento de dados das empresas optantes pelo lucro real é mais fácil em o Fisco apurar inconsistências de sonegação do que as empresas que optam pelo Lucro presumido ou Simples Nacional. A pontuação para a afirmativa de que o sistema de cruzamento de dados do Fisco é falho e não apura sonegação fiscal para as empresas que optam pelo Lucro real foi de 275; para Lucro presumido foi de 310; e para o Simples foi de 393,75. Dessa forma, a crença de que as empresas Lucro real estão mais expostas a serem autuadas pelo Fisco por sonegação devido a fiscalização mais intensa para esse grupo de empresas é evidenciada na pesquisa. A crença dos profissionais da contabilidade de que pequenas e médias empresas não são o foco da fiscalização tributária e que estas empresas não são alvos de fiscalização é mostrada no grau de adesão dos respondentes em relação à afirmativa de que o regime tributário escolhido pela empresa, afeta, ou não, na possibilidade de o Fisco apurar inconsistências tributárias por sonegação de impostos. A pesquisa revela que, no entendimento do profissional da contabilidade, quanto mais complexo o sistema tributário escolhido pela empresa, mais chances ela possui de sofrer fiscalização acerca da sonegação tributária. Os níveis de adesão à afirmativa em que procurou saber dos profissionais da contabilidade se o cruzamento de dados do Fisco com intuito de apurar sonegação fiscal é falho foi de 57,81{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}, 45,52{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694} e 40,38{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}, respectivamente, para empresas Simples Nacional Lucro Presumido e Lucro real. Dessa forma, na opinião dos profissionais da contabilidade, o sistema do Fisco para apurar sonegação fiscal é mais falho nas empresas que optam pelo Simples do que no Lucro real.
 
A sensação de que o profissional investe muito tempo para cuidar da parte fiscal das empresas é revelada pelos brasileiros. Certamente, o regime tributário da empresa é preponderante para alavancar a complexidade e o tempo dedicado pelo profissional para cuidar das questões tributárias.
 
A pesquisa revela também que os profissionais da contabilidade têm dificuldade em apurar o lucro tributável nas empresas que optam pelo Lucro real. A pontuação de 239,5 revela que a afirmativa de que é fácil apurar o lucro tributável no regime do lucro real teve adesão de apenas 35,16{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694} dos respondentes. Nesse regime tributário, as empresas partem do lucro contábil até chegar ao lucro fiscal efetuando adições e exclusões. Esse regime é complexo à medida que se tem uma série de itens que devem ser avaliados individualmente, se de facto devem, ou não, ser adicionados e/ou excluídos da base do imposto. 
A sensação de que o profissional investe muito tempo para cuidar da parte fiscal das empresas é revelada pelos brasileiros. Certamente, o regime tributário da empresa é preponderante para alavancar a complexidade e o tempo dedicado pelo profissional para cuidar das questões tributárias. Dessa forma, os profissionais da contabilidade brasileiros declaram que quanto maior o porte da empresa, mais tempo se gasta com trabalhos na área fiscal. O relevante nesse quesito da pesquisa, é comparar a diferença apurada na assertividade das afirmativas entre o tempo dispendido para cuidar da parte fiscal das pequenas empresas, se comparado com as grandes empresas. O nível de adesão à posição de que se gasta muito tempo com as questões tributárias das empresas pequenas foi de 63,95{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694} para as pequenas empresas e de 76,87{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694} para as grandes empresas.
 

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos dados apurados oriundos dos profissionais da contabilidade brasileiros, concluímos que:
a) o nível de burocracia encontrada pelos profissionais da contabilidade brasileiros é muito elevado com média de 8,93 numa escala de 1 a 10;
b) os profissionais da contabilidade brasileiros acreditam que a universidade não prepara para ser atuante no mercado de trabalho contábil e fiscal, sendo o nível de adesão da afirmativa de 86,44. Corrobora-se desse modo que na opinião dos contadores é necessário melhorar o ensino universitário focado em práticas contábeis e/ou que a complexidade tributária apresenta constante mudanças e uma vez formado, como a mudança tributária é constante, o que se aprendeu na universidade pode ter mudado, ao se praticar;
c) os profissionais da contabilidade brasileiros acreditam que, para ser atuante na área fiscal, é necessário fazer cursos livres, sendo o nível de adesão da afirmativa de 86,86{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}. Esse número é muitíssimo elevado corroborando a tese de que o aprendizado contínuo é inerente para a atuação do profissional que deseja gerar informações para o Fisco;
d) a parametrização das notas fiscais são complexas no Brasil, sendo o nível de adesão a afirmativa acerca da facilidade de parametrização de 56,79{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694} e 58,87{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694} para empresas comerciais e de serviços, respectivamente. Nitidamente as informações fiscais contidas em notas fiscais no Brasil são demasiadas. A dificuldade na parametrização das notas são discrepantes, sendo muito mais difícil a nota comercial do que a de serviços;
e) os profissionais da contabilidade brasileiros acreditam que muitas informações prestadas ao Fisco nas obrigações acessórias são repetitivas e deveriam ser reduzidas. O nível de adesão da afirmativa é de 69,67{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}. Existe, sim, a sensação de o profissional elaborar o trabalho duplo;
f) as informações concedidas pelas pequenas e médias empresas no Brasil, referentes às empresas que optam pelo Simples Nacional são difíceis de serem apuradas pelos profissionais da contabilidade brasileiros. Para a questão de que as informações prestadas anualmente pelas empresas pequenas e médias ao Fisco são fáceis de serem apuradas como total de despesas auferidas, saldo inicial e final de caixa e valor do lucro distribuído; o nível de adesão à afirmativa foi 46,68{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}. Conclui-se que a informação anual ou trimestral das pequenas e médias empresas não é simples de se conseguir, para em seguida se informar. No Brasil, as empresas que optam pelo Simples fazem a Defis anualmente. Foi apurado também o nível de dificuldade das pequenas e médias empresas para fornecerem informações para o Fisco.
 
Os profissionais da contabilidade brasileiros acreditam que muitas informações prestadas ao Fisco nas obrigações acessórias são repetitivas e deveriam ser reduzidas. O nível de adesão da afirmativa é de 69,67{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}. Existe, sim, a sensação de o profissional elaborar o trabalho duplo.
 
Constatou-se que nas empresas brasileiras, recorrentemente o sistema do Governo apresenta falhas e erros impedindo o profissional da empresa em informar o faturamento no PGDAS ou a declaração anual Defis; e o nível de reporte da dificuldade foi de 49,92{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694};
g) no Brasil, as diversas informações contábeis e fiscais são enviadas pelos Speds, e o manuseio delas é muito complexo, bem como a apuração recorrente de erros que impendem do envio das informações para o Fisco. Ficou claro que o nível de adesão às afirmações em relação aos Speds é baixíssimo, em que enviar informações contábeis e fiscais é algo complexo no Brasil;
h) em relação ao envio de informações relacionadas aos eventos de folha de pagamento e seguridade social, no Brasil é feito através do E-social cujo nível de dificuldade para manuseio foi elevadíssimo, sendo o Sped E-Social o mais difícil de todos os existentes para ser manuseado, com nível de assertividade de 29,14{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694} para a afirmação se é fácil ser manuseado;
i) em relação ao tempo dispendido para atuar na área fiscal das pequenas e médias empresas, constatou-se que na questão sobre a prestação de informações contábeis e fiscais das empresas de pequeno e médio porte demanda-se muito tempo; o nível de adesão dessa afirmação no Brasil foi de 63,95{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}. Já em relação ao tempo dispendido para atuar na área fiscal das grandes empresas, apurou-se um nível de adesão de 76,87 para os brasileiros;
j) em relação à possibilidade de o Fisco encontrar sonegação fiscal possivelmente praticada pelas empresas, contatou-se que, no Brasil, a crença dos profissionais da contabilidade brasileiros é que quanto maior o porte da empresa, mais chances ela tem de ser notificada e autuada pelo Fisco. Os níveis de assertividade para esta questão, se a empresa Simples Nacional, Lucro presumido ou Lucro real sofrer cruzamento de dados não permitirá o Fisco encontrar sonegação foi de 57,81{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}, 45,52{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694} e 40,38{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}, respectivamente. Conclui-se que as empresas de pequeno e médio porte que optem pelo Simples Nacional tem, na opinião dos profissionais da contabilidade, menos chances de sofrerem autuações fiscais do que as empresas de grande porte, que optam pelo Lucro real.
k) em relação à dificuldade, ou não, de apurar o lucro tributável pelas empresas de grande porte através do regime tributário do Lucro real, os profissionais da contabilidade brasileiros apresentam um nível de adesão de 35,16{6fc9506ca7b40de7f21e30367426ed0394febb36502ce79c372116af68790694}, quando questionados se é fácil apurar o lucro fiscal. Conclui-se que a tarefa de apuramento do lucro fiscal no Brasil cabível às empresas de grande porte é mais difícil do que em Portugal; e
l) fazendo uma análise das respostas dissertativas dos profissionais da contabilidade brasileiros fica claro que eles se deparam recorrentemente com problemas: erros ao enviar as informações, sistemas inoperantes, falha na comunicação ao enviar as informações das empresas para o Fisco, elevada burocracia, complexas leis tributárias, entre outros aspectos. Dessa forma, atuar como profissional da contabilidade depende de conhecimento mínimo em tecnologia e suporte, bem como operar com equipamentos adequados para fazerem a integração dos dados com facilidade.
Posto isto, conclui-se que o sistema tributário brasileiro apresenta um arcabouço prático para os profissionais da contabilidade demasiadamente difícil de ser manuseado. O sentimento que o Fisco apurará sonegação fiscal possivelmente praticada pelas empresas é muito mais evidente no Brasil, principalmente nas grandes empresas. A sensação de prestar informação em demasiado, às vezes duplicada; é um sentimento inerente ao profissional da contabilidade. O grande número de Speds a ser enviado pelas empresas apresentam erros constantes e dificulta o envio das informações. 
A necessidade por atualização constante na área contábil e tributária e a sensação de a universidade não preparar o formado para atuar na área contábil são sentimentos em elevado grau, em que ele deve recorrer à educação continuada.
O número elevado de obrigações acessórias e os erros inerentes ao envio dessas informações corroboram para uma prática contábil com elevado nível de stress. A necessidade por atualização constante na área contábil e tributária e a sensação de a universidade não preparar o formado para atuar na área contábil são sentimentos em elevado grau, em que ele deve recorrer à educação continuada.

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